São 4:30 da madrugada, mais uma vez dou início a um ato de puro descontrolo cerebral, mas não chamo de loucura, seria demasiado cruel. Posso considerar cobardia direta, sonhar e nada fazer para o ter! Revelar falta de capacidade por objetivos próprios que é alto padrão de consumo para a autodestruição. Destruir-se constantemente é comparação com consumidor compulsivo? Talvez, posso chamar de "Um grito de dentro do meu corpo sai todos os dias. "São 4:49 da madrugada, o corpo dá um laço em si mesmo, contorce-se, cai no chão e enrola-se. Chora!!" Cito e volto a repetir isto, porque, Se a minha alma falasse, gritaria palavras tal como os vulcões fazem com a lava. Queimariam onde quer que tocassem da mesma forma que os gritos também me queimam a garganta, mas que esta não deixa o som aflitivo sair. Se a minha alma falasse, iria falar e dizer aquilo que eu ainda não consigo, iria mostrar-me e despir-me para que soubessem mais que eu mesmo sei de mim. Se a minha alma falasse, iria mostrar com quantas barreiras o meu mundo é feito, com quantas pedras eu construi a minha masmorra e com quanta força a minha alma faz para sair um corpo curvado e ajoelhado, cansado de ser amordaçado pela psicologia própria como o meu. As vezes, já nem dói porque dói sempre, certo?
Outro dia, não sei porquê, mas são 22:22 da noite, um empate, entre horas e minutos, consigo-me lembrar que já tive montanhas de ideais, projetos e ideias; já criei fantasias, perspectivei cenários e realidades, mas por enquanto, só vejo o outro lado da realidade. Se a minha alma falasse, iria gritar, arranhar e arrancar aos pedaços, a minha pele para passar e sair de onde está, de um casulo ensanguentado a que chamo de meu corpo, tal como uma imagem do filme do "Alien". Iria ganhar vida, bater-me, abanar-me, agarrar em mim e talvez acorrentar-me à parede, fixar-me na minha frente e olhar-me nos olhos. Parece que me sinto preso a essa imagem... Um poster, onde dou comigo como disse antes, sentido o frio do aço do prego que me atravessa a pele e penetra na carne, mantendo-me pregado ao chão. Que me mantem estupefacta mente preso! Consigo sentir os meus pés engolidos por gelo sem que lhes sinta o sangue, tal como a minha alma permanece sentada a minha frente com os seus metafóricos olhos vermelhos a olhar para mim. Sinto a raiva que sai deles... Se a minha alma falasse, iria dizer quando está farta-me de mim, quanto está farta da beleza do meu ser, que está farta da minha mente. Se a minha alma falasse diria que a minha maneira de pensar a cansa de parvoíce como um carro engasgado e que preciso de asas para voar e puder gritar. Ainda sinto na cabeça a sua voz seca de morte no meu ouvido, ainda a sinto tossir de quase a ter morto e se ela puder, ela agarra em mim e ergue-me e berra gritos de liberdade para que transmitam movimento e estalos de realidade. São 18:21 do dia 09 de Janeiro de 2012 e sinto a minha alma a abraçar-me sussurrar-me ao cérebro finalmente acordaste, finalmente sentiste dor.
Escrito Por: Ricardo Jorge Santos Lourenço
Lisboa, 09 de Janeiro de 2012
1 comentário:
E que tal ganhares juizo e cresceres.
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