As paredes por vezes falam-me do teu toque dentro da minha cabeça. Por vezes imagino-te dentro de um quarto, uma simples divisão....Por vezes sinto o teu cheiro à minha volta, invades-me o corpo, inquietas-me como se me tocasses com a mão! Parece que sinto o teu suor a tocar na minha pele quando penso em ti... Nesse ponto, elevo a minha imaginação às paredes de um quarto vermelho salpicado de velas que dão o amarelo como iluminação. Imagino a existência de uma cama onde permanece um corpo deitado e desnudado, não há qualquer tipo de encobrimento de roupa ou artigo vestiário. Espreito por detrás da porta semi-aberta, toda a tua estrutura corporal em todo o seu esplendor, a tua pele sedosa brilha com o iluminar das chamas, a forma como deslizas as mãos pelo corpo perturba-me a cabeça. Todo o meu tempo pára e as lágrimas correm, sinto-te à minha volta ao mesmo tempo que as tuas mãos percorrem o teu pescoço, deslizam pelos teus ombros e mergulham no teu peito, ardes de calor e o teu desejo está exposto no teu suor que te escorre pela pele ... odeio esta possibilidade de longevidade…
Parece que fazes de propósito para me provocar, consegues arrepiar-me o corpo com a tua maneira de te mexeres, pela forma como movimentas as tuas mãos e as unhas arranham as tuas coxas afunilando no meio das tuas pernas! O quarto, o respeito que me é imposto pela parede fria que me arrefece as costas, ele sim, faz-te ter sensações que te aceleram a respiração, dá-te actos de luxuria sexual que te pára a mente, vejo-te cheia de desejo quando és possuída pelo acariciar do sexo, pela forma como a tua língua humedece os teus lábios secos ao mesmo que elevas os teus seios deixando descair o teu cabelo preto! Aparecem mil e uma imagens da Afrodite quando a tua respiração te sufoca de prazer, contorcendo-te toda! Teimas em agarrar o lençol também vermelho, para te libertar na tua fantasia e eu só me consigo imaginar de joelhos com as mãos na cabeça completamente perturbado. Os teus gemidos penetram-me na cabeça quando atinges o culminar do prazer misturado com movimentos corporais e doentios até ao explodir da plenitude!! No fim, estás sentada na cama com um sorriso como se fosse o ultimo, recordas o momento e nem dás pela minha presença que me tortura, mas uma vez, odeio esta possibilidade de longevidade…
“Não preciso me drogar para ser um génio; Não preciso ser um génio para ser humano; Mas preciso do seu sorriso para ser feliz.” Charlie Chaplin
Lisboa, 09 de Setembro de 2009
Escrito por: Ricardo Lourenço