Na 1ª pessoa

Considero apenas momentos de raiva e agonia...Considerem se quiserem, textos e pensamentos, pura opinião, porque fui um monstro, já sofri muito, já menti para ocultar o que sentia, já chorei, já gritei por desespero e por me odiar, já senti medo e tive na merda, já escrevi o mais horrível em relação ao sofrimento; sou um monstro quando quero, raramente confio em alguém, tenho mau feitio, sou mau hurmorado e raramente sorrio! Adoro escrever para diminuir a retórica sofista; sou muito transparente sobretudo na escrita. Tenho muita experiência de vida e sou ingénuo; sou demasiado crescido; não elogio para agradar, tem que merecer! Sou arrogante,sou demasiado sincero; não gosto de pessoas que têm a mania que sabem mais que os outros quando nem eles sabem o que falam; não suporto futilidade, paralogismos e sofistas; não tenho paciência para regras de etiqueta nem moralismos; não gosto de perguntas parvas; não tenho paciência para ser simpático e sorrir, repudio narizes empinados e pessoas vendidas;observo e julgo; valorizo muito os meus ideais. Um dia, entreguei-me à escuridão, estou num buraco negro, neste momento conheço o melhor da vida da pior maneira, tenho muito a aprender; não sou perfeito, não quero ser. Quero ser alguém, quero lutar, aprender, compreender e viver,aumentar o nível de sapiência até que um dia eu tenha como Maquivel, Kafka e Fernando pessoa...

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terça-feira, 15 de maio de 2012

Calaste-me


Calaste-me


Dia 25 de Abril de 2012, são 10:46 da manhã, não é muito meu hábito despejar palavras medonhas neste horário, raramente tenho capacidade para isso porque nada se desenvolve na minha mente. Já há algum tempo que me oiço silenciosamente a gritar a todo o momento. Sinto que as minhas forças quebram, o outro lado da minha realidade saqueia-me a mente, tudo se desmorona, e o silêncio me toma… Tu tomaste conta de mim, prendeste-me ao medo para meu desespero e parece que me afogaste a voz num mar de lama para meu abafo! Sinto a semelhança de uma nota de música sem timbre de um instrumento sem capacidade para mais.

 
Sim Tu silêncio, sentiste? Tomaste a forma humana, criaste inteligência sobre mim e ofereceste-me dependência, calaste-me a boca, cozeste-a, praticaste medo em mim e arremessaste-me contra o gelo. De outra forma, numa noite tomaste a forma humana na minha varanda. Caminhaste lentamente, quase arrastando-se até onde me encontro encolhido num momento de inercia, respiraste ao meu ouvido na minha cabeça baixa, fizeste-me sentir o húmido dos teus lábios, o calor da tua respiração enquanto me perguntavas se eu sabia o que era o medo. Sinto a tua envolvência à minha volta, um ar fresco que me invade as costas, a minha roupa a puxar-me para me levantar quando o meu chão desaparece, parece que me ajudas, mas não, mergulhas-me num sonho de um conjunto de pesadelos gelados ao som dos meus gritos que se tornam silenciosos. Isso mesmo seu miserável silêncio, consegues ser mais forte que eu e fazer-me sentir pequeno, consegues fazer sentir frio quando eu deveria sentir quente, baixas o meu tom de voz como quem me baixa o volume. Consegues fazer da minha realidade uma arca frigorífica onde me arremessas contra uma parede gelada e me castigas perante o meu corpo amedrontado. Sinto o gelo a perfurar-me a pele e gelar-me o sangue enquanto me empurras para dentro da maliciosa parede. Os meus olhos arregalados com o mesmo conjunto de pesadelos, que sinceramente mais parece um álbum de fotografias de um passado com oportunidades perdidas que nem se consegue reclamar! Detesto-te como individuo e detesto o teu preenchimento de carne mássica, detesto o teu sabor afrodisíaco de fantasia irreal que promete e nunca acontece! Odeio-te por me arrependeres com tais palavras que mastigas, “Uma vida perdida por ti, mas foste tu que a perdeste, uma vida que passa ao lado mas foste tu que a deixaste fugir”. Tais palavras que me envenenam a alma, que me fazem sentir ainda mais sufocado do que já sinto com a tua mão na minha garganta! Sinto que me tiras a vida à medida que me sugas a minha inspiração de brincar com as palavras. Revelas-te e me mostras um conjunto de promessas e sonhos que não passaram de fracasso de que tudo o que eu sempre quis! Sinto o afastar da tua mão da minha garganta, sinto gelo da tua boca e me dizeres ao ouvido que me sentes pena ao mesmo tempo que te afastas e no segundo seguinte, os meus joelhos caem que nem pedra. Tento gritar para que me salves, mas tu só te afastas no fundo do túnel, cozeste-me a boca, a língua para que não fale, gelaste-me a alma e o pensamento.
Ainda não consigo entender como fui parar dentro de uma banheira com água gelada e cheia de gelo, nenhuma palavra saiu numa tentativa de evolução para o arrependimento por autodestruição psicológica.

Escrito por: Ricardo Lourenço     

São: 00:50, dia 15 de Maio de 2012

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