Um grito de dentro do meu corpo sai todos os dias....
São 4:49 da madrugada, o corpo dá um laço em si mesmo, contorce-se, cai no chão e enrola-se. Chora!!
Sinto o desplante dos braços a agarrar-me na cabeça, a tapar-me as orelhas e a puxar-me os olhos para trás... Faço isto completamente contrariado ao que quero.
Cada lágrima que me escorre pela face, termina num lábio mordido pelos dentes, quando neles se espalha a água da lágrima que me sustenta o silêncio!! A dor... Agachado num canto, sinto um corpo trémulo, por vezes mórbido, por vezes morto, por vezes vivo, por vezes um corpo que grita!! O meu corpo grita. OUVIRAM?? O meu Corpo grita!! Ferve como lava, como vulcão que arrebenta explodindo em todo o seu esplendor. O gelo que tento por na minha pele para arrefece-la, derrete antes que toque nela, porque o grito silêncio aumenta a temperatura que me queima a mente, que me queima o pensamento, que me queima alma, que me queima. Perceberam alguma coisa??
Noites inteiras em claro, que me fazem desaparecer o sono por completo, faço de mim a cobaia de uma terrível experiência que consta na palavra, que não me permite pensar mais alem... Tenho em mim a prisão que me aprisiona o pensamento, tenho no meu corpo, um grito que quero dar à anos, tenho em mim, a terrível e temível sensação de não me satisfazer quando escrevo o que penso mas não penso no que escrevo. A minha mente é percorrida por imagens que me provocam ausência de gosto de satisfação. Essa ausência percorre-me as veias que me fazem aquecer a minha carne e tingi-la de sofrimento... essa ausência provoca-me medo, provoca-me raiva, e conformismo porque é só um momento.
Sinto os nervos a ficarem sexualmente eléctricos, sinto a magoa de não ter o que quero a apoderar-se das minhas veias e fazê-las saltar!!
São 4:49 da madrugada, o corpo dá um laço em si mesmo, contorce-se, cai no chão e enrola-se. Chora!!
Sinto o desplante dos braços a agarrar-me na cabeça, a tapar-me as orelhas e a puxar-me os olhos para trás... Faço isto completamente contrariado ao que quero.
Cada lágrima que me escorre pela face, termina num lábio mordido pelos dentes, quando neles se espalha a água da lágrima que me sustenta o silêncio!! A dor... Agachado num canto, sinto um corpo trémulo, por vezes mórbido, por vezes morto, por vezes vivo, por vezes um corpo que grita!! O meu corpo grita. OUVIRAM?? O meu Corpo grita!! Ferve como lava, como vulcão que arrebenta explodindo em todo o seu esplendor. O gelo que tento por na minha pele para arrefece-la, derrete antes que toque nela, porque o grito silêncio aumenta a temperatura que me queima a mente, que me queima o pensamento, que me queima alma, que me queima. Perceberam alguma coisa??
Noites inteiras em claro, que me fazem desaparecer o sono por completo, faço de mim a cobaia de uma terrível experiência que consta na palavra, que não me permite pensar mais alem... Tenho em mim a prisão que me aprisiona o pensamento, tenho no meu corpo, um grito que quero dar à anos, tenho em mim, a terrível e temível sensação de não me satisfazer quando escrevo o que penso mas não penso no que escrevo. A minha mente é percorrida por imagens que me provocam ausência de gosto de satisfação. Essa ausência percorre-me as veias que me fazem aquecer a minha carne e tingi-la de sofrimento... essa ausência provoca-me medo, provoca-me raiva, e conformismo porque é só um momento.
Sinto os nervos a ficarem sexualmente eléctricos, sinto a magoa de não ter o que quero a apoderar-se das minhas veias e fazê-las saltar!!
A coisa mais horrível, é como se tivesse nesse momento acorrentado a uma parede, e dessa mesma parede saíssem laminas, as mesmas laminas tão afiadas que me perfuram a pele sem tocar nela, que me golpeiam, que maltratam o meu corpo, que quase me fazem deitar para fora o grito entupido que o meu corpo cria. Todos os dias existe a sensação de ausência de gosto, ausência de tranquilidade, o meu corpo grita pela capacidade de ser alguém, que não há. Ironicamente, uma perda de identidade!! Sinto-o a contorcer-se, a provocar dores no estômago que só as paredes páram, sinto as unhas dos dedos das minhas mãos completamente estragadas de tanto arranhar o chão quando me ajoelho! Ainda sinto a excitação da dor a percorrer-me o corpo quem nem um banho acalma, sinto a unha do animal doméstico, que me rasga a carne enquanto olho inertemente para o acontecimento, ainda sinto a lamina que me corta o pulso e me provoca aquele golpe sem qualquer dor. ..
Por vezes parece que a minha boca se abre para gritar contrariamente ao que eu quero, sinto a sair da minha boca, um vento a soar como uma voz que sai da minha garganta contra a minha vontade, Sinto o balouçar do corpo, E chorar?? Não há lágrimas, elas secaram, com tanta força para impedir que sexualmente o corpo não gritasse!Para pensar como escrever esta merda de texto, já não há lágrimas. São 6 da manhã, supostamente, hora de levantar, vou tomar banho, vestir e ir trabalhar como se nada fosse. Ainda bem que é tudo um sonho, o momento passou, só tenho que perguntar porque não dormi.
“Devemos ir buscar a coragem ao nosso próprio desespero.” SÊNECA
Escrito por: Ricardo Lourenço 08/04/2009
4 comentários:
Maravilhoso...
Palavras tão fortes para descrever esse desespero... Toda a gente o sente pelo menos uma vez na vida, mas sente-o por momentos. Não consigo imaginar o que será ter esse desespero como um estilo de vida. A quantidade de energia que deve tirar do teu corpo...
Mas entendo a falta de lágrimas, a indiferença, a sensação de que estamos presos num corpo morto que não obedece aos nossos sentimentos nem aos nossos pensamentos. Entendo porque já estive aí... Não deixei essa maldade ficar, mas não há maneira de desaparecer de vez. Esses momentos cicatrizam-nos e mudam-nos para sempre... Deixamos de conhecer outra coisa, a nossa vida gira à volta desse desespero e mesmo que consigas ignorar essa presença, ela consegue sempre apanhar-te de vez em quando...
É preciso força, muita força. E muita força de vontade para viver assim...
Essa tua maneira de escrever é muito forte... Admiro-a mesmo.
Somete a morte é silenciosa
Enqto há grito há vida...já pensaste nisso.
Leia
se ao menos esta dor servisse
se ela batesse nas paredes
abrisse portas
falasse
se ela cantasse e despenteasse os cabelos
se ao menos esta dor se visse
se ela saltasse fora da garganta como um grito
caísse da janela fizesse barulho
morresse
se a dor fosse um pedaço de pão duro
que a gente pudesse engolir com força
depois cuspir a saliva fora
sujar a rua os carros o espaço o outro
esse outro escuro que passa indiferente
e que não sofre tem o direito de não sofrer
se a dor fosse só a carne do dedo
que se esfrega na parede de pedra
para doer doer doer visível
doer penalizante
doer com lágrimas
se ao menos esta dor sangrasse
...ao menos ela grita
Renata Pallottini
Nao sufoque-se nunca , deixe sair todos os gritos q há em ti.
Adorei o texto...forte, triste...mas verdadeiro...intenso.
um bjo te deixo.
Desta vez sim... Tocaste-me. Não é que eu seja insensível às tuas palavras, não é que elas não me digam nada.. percebe-se que elas gritam.. e arrepiam.. Acontece que... Como optimista que sou,evito ler-te muito. A tua escrita tende a inquietar-me a tranquilidade que é o meu bem mais precioso mas não posso ficar indiferente quando gritas com essa intensidade que faz tremer o silêncio e amordaça as sombras do próprio escuro que já eram noite. Não é que eu veja a mesma realidade que vês, não é que os meus olhos se submetam ao teu olhar. Chama-se respeito.. pelas intensidade, pelas palavras.. pela intensidade das palavras... pela intensidade das TUAS palavras. Não sei se me faço entender mas também não importa.. tu percebes na mesma. Eu vejo sempre que só existe arco-íris como consequência de chuva.. o sol está aí todos os dias.. Abraço.
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